Entenda as formas de identificar o estresse e lidar com o transtorno de maneira mais saudável!
Acúmulo de trabalho. Conflitos nos relacionamentos. Expectativas frustradas. Má alimentação. Trânsito estressante. Medo da violência urbana. São muitos os fatores do cotidiano que podem comprometer a nossa qualidade de vida e sobrecarregar a mente. Por isso, é essencial entender como proteger sua saúde mental do estresse e buscar alternativas para lidar melhor com essa condição que afeta milhões de brasileiros.
Segundo a International Stress Management Association (Isma – Brasil), o Brasil é o segundo país mais estressado do mundo, atrás apenas do Japão. Isso reforça a importância de saber identificar os sinais do estresse e tratá-los adequadamente.
De que forma definir o estresse?
O estresse é uma resposta do organismo a determinados estímulos que representam circunstâncias ameaçadoras. É uma resposta de preparação para a superação de uma ameaça imediata. Ou seja, o corpo vai estar preparado para auxiliar essa mente, esse cérebro, para ser possível realizar atividades que superem a ameaça, a adversidade.
Como o estresse pode afetar a saúde mental do paciente a longo prazo?
Ao deflagrar respostas contínuas de estresse, a pessoa começa a desenvolver o que chamamos de “estresse cronificado” — os especialistas nomeiam como um transtorno adaptativo: todos os dias, o corpo é convocado em uma reação importante de preparo, o que, a longo prazo, sobrecarrega e gera estafa.
Em casos assim, é possível perceber no indivíduo o surgimento de alguns fenômenos em cinco ordens: sintomas depressivos, ansiosos, psicossomáticos, cognitivos e impulsivos.
Na dimensão de sintomas depressivos, o indivíduo se sente desanimado, desmotivado, triste e mais lento. Já na dimensão ansiosa, os sintomas incluem inquietação, preocupação excessiva, falta de ar, pressão no peito, sudorese, respiração curta e tremores.
Na dimensão psicossomática, o indivíduo pode manifestar sinais de tensão muscular, dores de cabeça, pernas pesadas, zumbidos, tonturas, desmaios, alterações gastrointestinais e alterações visuais. Os fenômenos da dimensão cognitiva, por sua vez, envolvem alterações na memória, perda de atenção e foco, enquanto que os sinais na dimensão impulsiva são irritabilidade, intolerância e abuso de substâncias.
Na dimensão cognitiva, o comprometimento de atenção e memórias são os mais frequentes, mas podem ocorrer certa confusão com dificuldades de organização.
Na esfera impulsiva, pavio curto, abuso de substâncias e aumento de ingesta alimentar com preferência por doces é presente.
Em que momento é possível constatar que o estresse está afetando negativamente a sua vida?
Primeiramente, é importante reforçar que o estresse é uma reação presente praticamente todos os dias da nossa vida. Em certa medida, é uma resposta natural de preparo para superarmos alguma ameaça.
No entanto, quando esse estresse pontual se transforma em um caso de “estresse cronificado”, é preciso ficar atento. É preciso identificar se esses sintomas de estresse estão afetando, por exemplo, a vida familiar, a rotina de trabalho, o tempo de autocuidado ou a disposição para sair. Em situações assim, o ideal é procurar ajuda profissional, pois a incidência do estresse está afetando negativamente esse indivíduo.
Que estratégias posso utilizar para lidar com o estresse?
É fundamental identificar, inicialmente, a presença do estresse. Em seguida, é importante contar com uma pessoa próxima, alguém com quem o indivíduo se sinta seguro, para que, em um diálogo, possa se estabelecer conexões de causa e consequência com os sinais do transtorno. A terceira estratégia é recorrer à literaturas que proporcionam autoconhecimento e manter contatos com quem tem disponibilidade para sugerir propostas concretas. Um quarto ponto seria a prática do autocuidado, com a responsabilização individual de sua saúde mental.
Colocando-se como protagonista para controle de sintomas e promoção de saúde mental, é possível priorizar o bem-estar e qualidade de vida com atividades e ações que permitam um estilo de vida generoso para superar dificuldades emocionais. Há, além disso, atividades que previnem o estresse e até mesmo reduzem os sintomas. São elas:
- Alimentação balanceada;
- Prática rotineira de atividades físicas;
- Controle do uso de substâncias;
- Boas noites de sono;
- Manter relacionamentos afetivamente significativos com encontros semanais;
- Fazer atividades ao ar livre, sob a luz solar.
Como diferenciar o estresse de outros transtornos?
É necessário apoio profissional. O psiquiatra avalia a história do paciente, o ambiente em que está inserido e os sintomas apresentados, com ajuda da escuta clínica e exames psíquicos. Essa análise é o que permite diferenciar o estresse de outros transtornos, como depressão ou ansiedade generalizada.
As consequências do estresse se restringem apenas ao cérebro?
Não. As consequências, de um modo geral, vão para além do cérebro: se propagam para todo o corpo, afetando as emoções e o lado psicológico, interferindo na capacidade humana de liberdade e escolha. Além do mais, o estresse pode se manifestar em quadros reumatológicos, alterações de níveis sanguíneos e outros sintomas, ou seja, há uma gama de repercussões negativas não só para o cérebro, mas para o corpo todo.
Fui diagnosticado com estresse. O que fazer?
Se você recebeu o diagnóstico, o primeiro passo é buscar acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Em muitos casos, não é necessário o uso de medicamentos. Mudanças na rotina, autocuidado e apoio profissional costumam ser suficientes para recuperar a qualidade de vida.
Saber como proteger sua saúde mental do estresse é um ato de autocuidado e responsabilidade. Não espere o estresse afetar sua saúde para tomar providências. Cuide-se hoje, porque você merece viver com mais leveza, clareza e bem-estar.